a nebulosa de oríon

Como fotografo | Espaço profundo

Stefan Liebermann

Durante aproximadamente o último ano, a pandemia da Covid-19 impediu-me de viajar para locais espetaculares para seguir a minha paixão pela astrofotografia. Contudo, o tempo em casa permitiu-me continuar a praticar a astrofotografia do céu profundo. O que é excelente na fotografia de imagens do céu profundo é o facto de se poder fotografar em qualquer parte do mundo; com o kit certo, como a Sony Alpha 7R III, a poluição luminosa não representa um problema.

a nebulosa cabeça de cavalo

© Stefan Liebermann | Sony α7R III + FE 600mm f/4 GM OSS | 120s @ f/4.0, ISO 800 (48 images stacked | 96 minutes)

 

Astrofotografia vs. Fotografia de céu profundo

Penso nas imagens da astrofotografia como aquelas que combinam a paisagem e os elementos do céu que todos conhecemos: a Lua, as estrelas e, claro, a Via Láctea. Por outro lado, quando se faz fotografias do céu profundo, fotografa-se um objeto no céu noturno com uma lente teleobjetiva, como a Sony FE 200-600mm f/5.6-6.3 G OSS, e, normalmente, um teleconversor de 2x. Com esta combinação, obtém-se uma lente superteleobjetiva com uma distância focal máxima de 1200 mm. Pode-se, depois, utilizar aplicações, como o Stellarium, que pessoalmente utilizo, para ajudar a localizar o objeto escolhido no céu noturno.

Dada a forma como é emitida a luz destes corpos distantes no espaço, é possível fotografá-los a partir do seu jardim. Não precisa de viajar para um local remoto escuro para captar imagens espetaculares. A Lua é o objeto perfeito para começar, uma vez que pode fotografá-la com câmaras e lentes bastante acessíveis.

a iss a passar à frente da lua cheia

© Stefan Liebermann | Sony α7S III + FE 600mm f/4 GM OSS + 2x teleconverter | 1/4000s @ f/8, ISO 12,800 (Images taken from 4K 120fps capture)

A Ciência

As câmaras digitais possuem um filtro na frente do sensor que bloqueia frequências específicas de luz que os nossos olhos não conseguem ver, tais como infravermelhos ou a luz ultravioleta. Tenho uma Sony Alpha 7R III cujo filtro foi removido por um profissional, pelo que consegue captar essas frequências de luz emitidas a partir do espaço profundo que os nossos olhos não conseguem ver.*

a galáxia de andrómeda

© Stefan Liebermann | Sony α7 III + FE 600mm f/4 GM OSS | 30s @ f/4.0, ISO 800 (180 images stacked | 90 minutes)

No entanto, para ver apenas a luz do espaço profundo, tenho de bloquear quase toda a luz visível e permitir a passagem de apenas comprimentos de onda específicos. Para isso, utilizo outro filtro de astrofotografia especializado, que coloco temporariamente à frente do sensor quando fotografo.

Com a rotação da Terra, as estrelas no céu parecem mover-se. Monto a câmara e a lente num dispositivo de controlo do céu para contrariar este efeito. Este dispositivo move lentamente a câmara em função da rotação da Terra para evitar imagens desfocadas ou o rasto das estrelas, mesmo quando se expõe as imagens durante vários minutos de cada vez.

Expor a imagem

Com muito pouca luz a entrar na minha câmara Sony Alpha 7R III, defino a lente para a maior abertura possível e a sensibilidade da câmara para o ISO mais elevado com um valor baixo de ruído, que, no caso da minha Sony Alpha 7R III, é o ISO 800. Em seguida, exponho a imagem pelo maior tempo possível, mas, dependendo da situação, tanto pode ser 1 minuto como 10 minutos.

a constelação de plêiades

© Stefan Liebermann | Sony α7 III + FE 600mm f/4 GM OSS | 30s @ f/4.0, ISO 800 (375 images stacked | 188 minutes)

O truque da fotografia de céu profundo é não fazer uma imagem única. Tira-se tantas fotografias quanto possível – centenas, ou mesmo milhares, de imagens. Posso ficar no meu jardim a noite inteira a fotografar o mesmo objeto repetidamente. Posteriormente, a exposição final da imagem é criada ao juntar as imagens com a ajuda de um software, como o Astro Pixel Processor ou o Deep Sky Stacker.

O software procura os detalhes na imagem que são constantes nos milhares de fotografias. Remove os detalhes que não são constantes, como ruído ou condições atmosféricas, e permite a criação de imagens detalhadas e incrivelmente nítidas, tudo isto fotografando no jardim de sua casa.

Começar

Se estiver apenas a começar, pode concentrar-se em fazer algo básico, como fotografar a Lua. Não necessita de uma câmara modificada para tal; pode fazê-lo com uma câmara como a Sony Alpha 7C ou a Alpha 7 III e uma lente teleobjetiva, como a acessível Sony FE 200-600mm f/5.6-6.3 G OSS com um teleconversor FE de 2x.

A exposição depende do que vê no ecrã; é importante tornar a imagem o mais brilhante possível, utilizando o histograma da câmara para garantir que não expõe em demasia os destaques. Em seguida, capte uma série de imagens para criar uma pilha.

a lua a mostrar as suas crateras

© Stefan Liebermann | Sony α7 III + FE 600mm f/4 GM OSS + 2x teleconverter

É melhor criar uma pilha para a Lua, pois existe muita turbulência atmosférica na nossa atmosfera. Se fizer uma única imagem da Lua, poderá ter apenas uma área nítida. Ao tirar várias fotografias e empilhá-las, pode criar uma imagem final em que toda a superfície da Lua é nítida e detalhada.

Além disso, ao fotografar a Lua, não necessita de um dispositivo de controlo das estrelas. Certifique-se apenas de que a Lua está sempre no centro da captação. O software de empilhamento tratará do alinhamento de cada imagem.

 

* Tenha em atenção que a Sony ou os respetivos centros de assistência autorizados não podem proceder a modificações das câmaras. A Sony não aconselha a realização de modificações de hardware e as mesmas são da exclusiva responsabilidade do proprietário.

Produtos incluídos

Stefan Liebermann

Stefan Liebermann | Germany

“Este é um tipo de fotografia muito especial: invisível ao olho humano, mas real”

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